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Dois-irmonenses avaliam a compra e o uso de carros elétricos
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Publicado em 09/07/2025 04:54
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A compra de carros elétricos no Brasil vem aumentando significativamente. No Rio Grande do Sul e também em Dois Irmãos, não é diferente. Somente no ano de 2024, segundo o site do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o Brasil registrou um crescimento de 77%. No Rio Grande do Sul, o aumento foi de 80% em relação a 2023.

Já os dados da Associação Brasileira dos Veículos Elétricos (ABVE) trazem dados mais recentes. Segundo o site oficial da instituição, o mercado de veículos eletrificados no Brasil registrou 16.641 de unidades vendidas em maio deste ano, o que representa um crescimento de 12,7% em relação a abril, quando somou 14.759 carros vendidos. Na comparação com maio de 2024, totalizando 13.612, houve crescimento de 22,25%.

Ainda com as informações do site do Detran, no Rio Grande do Sul, a frota de elétricos e híbridos chegou a 23,2 mil em dezembro de 2024, o que representa 3% da frota total. Mas enquanto a frota total do RS cresceu 2,8% de 2023 para 2024, a frota de elétricos e híbridos cresceu 80,6%.

Apesar do crescimento nas vendas e todos os benefícios que o carro elétrico traz em relação à poluição tanto do ar quanto sonora e também isenção no IPVA, a expansão dos carros elétricos em Dois Irmãos enfrenta um obstáculo crítico: a cidade possui apenas um ponto de recarga público e gratuito.

Instalado pelo Sicredi na agência central, segundo a assessora de Negócios Sustentáveis da Sicredi Pioneira, Julia Renata Cornelli, o totem de recarga pode ser usado por qualquer cidadão. “Nosso equipamento é aberto a todos, 24 horas, sem exigência de vínculo associativo”, afirma. Ela explica que a energia é compensada por créditos de 27 usinas solares da instituição, embora a unidade local não tenha painéis próprios.

O Sicredi já financiou 43 veículos elétricos, totalizando R$ 6 milhões em operações, e mantém 20 pontos de recarga em associados e agências da região. “Em breve teremos dados precisos sobre impacto ambiental”, adianta.

Maior economia

O professor de Física Marcos Bueno, da escola estadual Affonso Wolf, adquiriu seu veículo em 2025, com o intuito de diminuir seus gastos com gasolina. “Já que trabalho em mais de uma escola, adquirir o carro elétrico foi muito benéfico, principalmente para a adaptação da rotina corrida. Meu custo mensal caiu de R$ 1.500,00 com gasolina para R$ 200,00 com eletricidade”, relata.

Ele também destaca benefícios como poluição zero e isenção de IPVA em alguns estados. “A questão do meio ambiente e sua energia limpa teve um fator de grande influência, pois eu sou físico”, comenta. Para Marcos, sua maior reclamação acerca dos carros elétricos é a quantidade de postos de recarga e suas atuais eficiências. “Faltam mais postos de abastecimento e carregadores mais rápidos”, pontua.

Vivendo em uma rotina de estudante universitário e trabalhador, Vinicius Morbach tinha um carro à combustão, mas que, na prática, gerava muitos gastos. “Cheguei a gastar quase R$ 2.000,00 em combustível em um mês. O carro elétrico me salvou uma boa quantia de dinheiro nestes oito meses”, salienta.

A decisão da troca pelo automóvel à bateria aconteceu após conversas com amigos e familiares que já tinham a experiência com veículos elétricos. “Conversando com alguns amigos e familiares que moram nos Estados Unidos e na Austrália, onde os elétricos já estavam em circulação, e ao analisar os prós e os contras, foi quando a decisão se concretizou”, diz Vinicius.

O estudante levanta os pontos positivos e negativos desse tipo de veículo ao analisar a sua trajetória. “Atualmente, os carros elétricos possuem um valor relativamente alto no cenário nacional, mas também há um custo-benefício em torno disso”, destaca.

Com cotidiano apressado, ele segue uma rotina que se baseia em carregar o carro uma vez na semana, durante a noite, para que o carro esteja completamente carregado durante a manhã. “Utilizo o carro todos os dias, vou ao trabalho e para a faculdade diariamente, carregando-o uma vez por semana, gerando em torno de 400 km para andar”, enfatiza.

Bom para o trabalho

O motorista de aplicativo Cleiton da Silva adquiriu seu carro após o descontentamento com o carro à combustão em seu trabalho. “Com R$ 30,00 recarrego para rodar 280 km, quatro vezes menos que o gasto com gasolina”, informa.

 Para ele, o veículo é realmente para trabalho. “Não acho muito vantajoso para passeio ou uso particular pelo alto valor do veículo, mas para trabalhar tem sido vantajoso”, destaca. A praticidade dos carros elétricos também é algo para se levar em consideração. “Principalmente para quem dispõe de placas solares para carregar com menos custos em casa”, salienta.

Segundo Cleiton, também há pontos negativos e que poderiam ser melhorados. “Para nós que usamos regularmente, fica fácil observar frequentemente turistas utilizando o carregador, e acredito que, tendo mais disponibilidade, atrairia mais pessoas”, pontua. O desgaste de pneus também é perceptível para Cleiton. “O contra, neste um ano de uso, foi somente o consumo de pneus, que rodam menos da metade da vida útil de um carro tradicional; no caso dos pneus dianteiros, já rodaram 15 mil quilômetros”.

Para ele, o carro elétrico ainda não é recomendado para viagens mais longas. “Já utilizei em viagens de até 150 km e a rodagem é boa, mas o consumo acaba por ser maior. Além disso, em viagens mais longas, é preciso dispor de um tempo maior para a recarga”, finaliza.

Uma coisa é consenso entre os três: a busca por um carro elétrico depende muito de sua rotina, emprego e realidade. Para todos, os carros se encaixaram perfeitamente com suas rotinas agitadas, tendo seus pontos positivos e negativos. E o mais importante, trazendo segurança para o meio ambiente. FONTE JORNALDOIS IRMÃOS

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