Desde os sete anos de idade, Carmen Lúcia Pedersen Robakowski encontrou no crochê mais do que uma habilidade manual, mas uma paixão que atravessa o tempo. “Aprendi os primeiros pontos – correntinha, ponto baixo, ponto alto – com uma vovó que morava ao lado da minha casa. Chegava da escola e ia direto lá”, relembra.
Hoje, aos 71 anos, ela continua transformando linhas e agulhas em amigurumis (técnica oriental que consiste em criar pequenos bonecos de crochê ou tricô) cheios de encanto e personalidade. Seu foco é o universo infantil. “Faço amigurumis com personagens de filmes, desenhos e programas de TV, como Homem-Aranha, Turma do Chaves, capivaras, cães, Hello Kitty, Batman e bonecas. Me anima saber que as crianças reconhecem praticamente todos os personagens que faço”, explica. Além disso, Carmen também faz roupas para boneca Barbie que, segundo ela, têm bastante procura.
É na Praça do Imigrante que Carmen expõe e vende seus trabalhos, sempre com dedicação e sem pressa. “Às vezes levo até cinco tardes para terminar um bichinho. Em média, são 15 horas de trabalho para fazer uma peça”, comenta. O espaço ao ar livre significa muito mais do que um ponto de venda. “É fugir da ociosidade, manter a mente ativa”, reforça.
Aposentada, ela complementa a renda com o artesanato e faz parte da Associação dos Artesãos da cidade. Já participou de muitas feiras e, junto com a irmã Vera, que trabalha com bonecas de pano, já enviou peças para países como Austrália, Índia e Alemanha.
Para Carmen, a estrutura oferecida na praça, com apoio da prefeitura, faz toda a diferença. “Temos um local acessível e bem localizado, que valoriza nosso trabalho”, agradece. O reconhecimento vem em forma de sorrisos e elogios. “Fico muito satisfeita e feliz quando compram ou reconhecem meu trabalho”, finaliza. JORNAL DOIS IRMÃOS