Neste dia do motorista nada mais justo do que valorizar o trabalho daqueles que se dedicaram toda sua vida em frente há um volante. Esse é o caso de Pedro Valdir Borniger, 66 anos, de Dois Irmãos, que sempre trabalhou como motorista, e leva todo seu amor pelas estradas.
Valdir, começou desde cedo, como cobrador na empresa Wendling, enquanto seu pai era o motorista. Depois que completou 18 anos, ele começou a trabalhar dirigindo o caminho de uma empresa de laticínios de Ivoti. “Comecei a recolher leite de manhã cedo, fiz o teste e passei, esse foi meu primeiro emprego”.
Já em 1988, surgiu uma oportunidade na empresa Socaltur, onde ele começou a fazer o frete das pessoas para a faculdade e a linha de ônibus para Novo Hamburgo e São Leopoldo. “Na época de 1990, começaram as viagens. Lembro da primeira viagem que estava escalado para a cidade de Foz Iguaçu no Paraná”. Na empresa ele continuou por 32 anos, onde viajou diversas vezes pelo Brasil e pelo continente, e sempre se orientando pelos mapas físicos.
VIAGEM COM MAPA
Como citado acima, o grande diferencial das viagens de Valdir, é que toda a orientação e os caminhos a serem percorridos são feitos por meio de mapas tradicionais, feitos de papel. “GPSs e outros aparelhos eletrônicos nunca foram utilizados, apenas mapas”.
Conforme ele, a aventura não tem o intuito de ser disruptiva ou romper qualquer barreira criada pela tecnologia. A escolha pelo uso das cartas geográficas é bem mais simples do que se pode imaginar: “O celular eu só uso para fazer e receber ligações” cita.
Além disso, o motorista guarda também, todos os cartões, onde ele passava antigamente durante as viagens de ônibus. E também tem um caderninho anotando todos os trajetos passados e suas paradas que ele realizou. “Guardo isso como recordação, pois antigamente era diferente, eu anotava tudo, os lugares onde eupassava”.
Valdir mostra com orgulho seu mapa Créd. Bruno Wingert
Com a família
Quando deixou a empresa durante a pandemia, em 2021, o morador de Dois Irmãos resolveu continuar suas viagens, mas desta vez sem as dezenas de passageiros e traçando seu próprio caminho. O que não mudou, foi a forma de se orientar.
Hoje Valdir viaja com sua filha Camila e seu genro Martini, para vários lugares do continente. “Todos os anos, minha filha, meu genro e eu fizemos uma viagem. Eu gosto de aproveitar a viagem e curtir o momento, faço sempre questão de ir de carro e com o mapa. Enquanto isso, eles vão de avião e não nos encontramos no local da nossa viagem. É uma experiência muito bonita”.
Para finalizar, Valdir ainda cita que ama o que faz, e vive muito bem com isso. “Sigo trabalhando ainda, na empresa Adi Kern, levando alunos para a faculdade e para a empresa Nutrifrango. Durante o dia tenho o dia livre para mexer nas minhas silagens e plantações”, contou Valdir. FONTE JORNAL O DIARIO