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Vendedor de Dois Irmãos envolvido em fraude que liberou veículo judicialmente bloqueado
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Publicado em 03/10/2025 02:39
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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, na quinta-feira (2), a Operação Invasor, que desarticulou um esquema sofisticado de fraude digital envolvendo a retirada indevida de restrições judiciais sobre veículos.

A ação teve forte impacto em Dois Irmãos, onde foi identificado o envolvimento de um vendedor de automóveis e movimentações ligadas à revenda de um carro liberado de forma ilegal no sistema judiciário.

Coordenada pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, a operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva em Sapiranga, Portão, Rolante e Dois Irmãos, além de diligências na Penitenciária Estadual de Canoas. Celulares e outros materiais foram apreendidos.

O esquema de fraude

De acordo com a investigação, os criminosos invadiram a conta Gov.br de uma magistrada federal, acessando indevidamente o sistema Renajud, utilizado para bloqueio e desbloqueio de veículos em processos judiciais. Com isso, conseguiam retirar restrições ativas e movimentar valores expressivos no mercado automotivo.

O beneficiário direto da fraude foi um comerciante de automóveis que havia adquirido o carro já com a restrição judicial. Para liberar o veículo, ele teria pago R$ 13 mil a um advogado criminalista. A esposa do comerciante e um vendedor de automóveis de Dois Irmãos também participaram, viabilizando a transferência após a remoção ilegal da restrição.

O veículo, que inicialmente estava impedido de circulação, acabou sendo repassado e anunciado como se estivesse regular. Foi vendido a um morador de Caxias do Sul por R$ 77,9 mil, em negociação feita de boa-fé pelo comprador, que deu entrada e financiou o restante.

Líder do esquema

O principal operador da fraude, já com antecedentes em crimes cibernéticos e patrimoniais em outros estados, foi preso em Santa Catarina por ordem judicial. Ele é apontado como responsável pelos acessos ilegítimos à conta da magistrada e pelas manipulações no sistema.

Criminalidade explora brechas tecnológicas

A delegada Luciane Bertoletti, responsável pelo caso, destacou o avanço das práticas criminosas:
“É um exemplo claro de como a criminalidade se moderniza e tenta explorar brechas tecnológicas para obter lucro ilícito”, afirmou.

Já o delegado Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, alertou para o impacto do crime:
“Estamos falando de uma rede fraudulenta que oferecia, muitas vezes no ambiente virtual, um serviço de retirada de restrições judiciais e multas, iludindo pessoas e alimentando um ciclo perigoso de ilícitos. A Polícia Civil está atenta e atuará com rigor para coibir essas ações, demonstrando que não há espaço para a impunidade. Este é um crime que não apenas prejudica consumidores, mas abala a confiança em instituições e nos sistemas digitais que todos utilizamos”, reforçou.

Os envolvidos responderão por fraude processual, estelionato, organização criminosa e invasão de dispositivo informático. A Polícia Civil segue com as apurações para identificar outros possíveis integrantes da rede e eventuais vítimas do esquema. FONTE JORNAL DOIS IRMÃOS

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